domingo, 31 de janeiro de 2010

Adopção em números

Com o apoio do cruzamento de dados das listas nacionais de adopção (em vigor desde 1 de Junho de 2006) podemos ter acesso a valores numéricos relacionados com a adopção. Resumindo, em Março do ano passado a situação em Portugal era a seguinte:

11.ooo - O número aproximado de crianças em instituições;
2.154 - O número aproximado de crianças em condições legais para ser adoptadas, das 11.000 acima referidas, a maioria das quais possuíam idades compreendidas entre os 0 e os 10 anos;
811 - O número de crianças que tinham a adopção decretada;
626 - O número de crianças em fase de pré-adopção;
554 - O número de crianças que aguardavam um pedido de adopção;
101 - O número de crianças em vias de integração numa família;
34 - O número de crianças com alteração do projecto de vida.

Quanto a idades, e dentro dos mesmos 2.154, temos os seguintes dados:

579 crianças tinham menos de 3 anos;
560 crianças estavam entre os 4 e os 6 anos;
554 crianças estavam entre os 7 e os 10 anos;
398 crianças estavam entre os 11 e os 15 anos;
63 crianças tinham mais de 15 anos.

Aqueles interessados em ser pais eram da ordem dos 2.541 (2.466 dos quais ainda aguardavam resposta no momento de publicação da notícia-fonte), e tinham as seguintes preferências:

2.102 preferiam crianças caucasianas (~82,7%)
2.396 preferiam crianças até aos 3 anos (~94,3%)
1.296 gostariam de adoptar crianças entre os 4 e os 6 anos (~51%)
699 preferiam meninas (~27,5%)
225 preferiam rapazes (~10%)

Apenas 10 dos candidatos se disponibilizaram a adoptar uma das 103 crianças deficientes disponíveis para o procedimento. Outros quatro não viam problema em adoptar uma das 112 crianças com problemas de saúde graves.

Fonte: "Duas mil crianças para adoptar em Portugal". http://diario.iol.pt, 2009-04-05 [Consult. 2010-01-28]

Rúben.

1 comentário:

J R disse...

Se a esmagadora maioria deseja adoptar crianças de idade menor a 3 anos, o Estado devia ter todo o interesse em agilizar o processo de adopção. Para o bem da criança e para o bem do casal.

Compreendo que certezas têm que ser estabelecidas sobre a idoneidade do casal e a compatibilidade e o futuro que asseguram à criança, mas não vejo porque é que é preciso arrastar o processo durante anos. É possível confirmar se a criança está bem entregue, se uma agente da segurança social aparecer irregularmente e sem aviso, ou se os educadores estiverem atentos na creche ou escola. Não é preciso muito mais, da mesma maneira que não é preciso muito mais para verificar se os filhos biológicos de outros casais estão bem.

Bem, deixando este assunto para trás, fico feliz que sejam apenas duas mil crianças por adoptar em Portugal. O melhor seria que fossem zero, mas como há mais casais adoptivos do que órfãos, é para aí que caminhamos.